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PROPAGAÇÃO

sexta-feira, 29 de julho de 2011

ROLANDO BOLDRIN

 Rolando Boldrin: Este é o nome completo e também o nome artístico deste excelente “cantadô”, como ele mesmo se define. Mas quem sou eu para me meter a contar a historia do maior “contadô de causos” do Brasil? Conta pra gente, seu Rolando, como é que foi?

“Comigo foi assim: Nasci no meio dum amontoado de crianças. Eu era o 7º da vêz, entre 12 machos e fêmeas. Sou do Ano de 36. Meu pai era mecânico de fordinho e minha mãe, dava comida e banho na gente, além de arrumar a casa simples. A Cidade era São Joaquim da Barra, perto de Ribeirão Preto, no caminho de Brasília, via Anhanguera. Sou paulista da velha Mogiana.
Quando eu tinha 2 aninhos e minha mãe carregando mais um no colo, a gente se arranchou todo mundo, na cidade de Guaira, alí pertinho. Ficamos por aquelas bandas de poeira, até o final da guerra. Lá garrei a cantar em dueto com meu irmão modas de viola, toadas e canções.
Arribamos de novo, volteando a região, até fincarmos pé na velha terrinha. Óia eu em São Joaquim, de novo. Com 16 anos, resolví arribá sozinho. Agora pra Capital. São Paulo da garoa.
O que é que um menino de 16 pode esperar na grande Capital cheia de bonde, jardineiras e fumaça, já naquela época?
Foi cabeçada pra cá, trombada pra lá, alguns servicinhos de sapateiro, garçon, frentista de posto de bera-de-estrada e por aí vai. Completei 18 anos. Idade que se presta para servir a Pátria amada. Fui para o exército. Quitaúna, em Barueri.
Lá Aquartelado, fiquei o que mandava a lei. 1 ano. O suficiente para tomar-pé, na morte do Presidente Getúlio Vargas. Aliás, o suicídio desse velho gaúcho, só serviu mesmo, para adiar a minha baixa do exército que já tava programada, além de “bagunçar o corêto” da Nação, é claro. (1955)
Mas, não faz mal. Saí de lá com a cara e a coragem para topar de frente com a minha carreira de artista, que era o que eu imaginava ser no futuro, pois nessa arte de cantar, tocar viola e violão, eu já tinha experimentado de tudo.
Desde as modas mais simples da época, até os sambas e canções dos cantores mas famosos: Chico Alves, Orlando Silva, Carmen Miranda, Noel e tantos outros. Na parte caipiresca eu ouvia o Alvarenga e Ranchinho (com quem fiz dupla naGlobo em 81), Jararaca e Ratinho, Xerém e Bentinho… e muito rádio … muito rádio e alto-falantes das pracinhas de interior.
Com a experiência de cantadô inato, e contadô de “causos”, era justo que eu tentasse essa vida.
Com 20 anos ou 21, garrei a fazer teste em Rádios da capital. Rádio São Paulo, Record, até chegar na velha Rádio Tupi que já tava engatinhando com uns anos de televisão. Era o ano de 1958.
Fiquei mostrando os dentes pelos corredores, fazendo um pouquinho de tudo, até assinar o primeiro contrato para atuar como ator de TV e Rádio. Até que enfim, acreditam que aquele “Capiau” magrela e desajeitado poderia ser um artista de verdade?”

Para a nossa felicidade, Rolando Boldrin apresenta o programa Sr. Brasil, que vai ao ar toda terça-feira pela TV Cultura, com reprise nas tardes de domingo. Desde 1981, quando Rolando Boldrin começou a contar seus “causos” durante três anos no inesquecível Som Brasil, nas manhãs de domingo na TV Globo, seguido pelo Empório Brasileiro na Rede Bandeirantes em 1984, Empório Brasil no SBT em 1989 e Estação Brasil na TV Gazeta em 1997, o “cantadô” voltou às telas da TV. De acordo com o próprio Rolando Boldrin, Sr. Brasil é um programa vasto, aberto e receptivo. “Vamos mostrar os ritmos e temas regionais brasileiros que a maior parte do Brasil não tem oportunidade de conhecer. Serão mostradas todas as manifestações regionais. A única obrigatoriedade é que tudo seja genuinamente nacional.”

Atualmente, Rolando Boldrin desenvolve um projeto chamado “Vamos tirar o Brasil da Gaveta”, que visa resgatar os autênticos valores brasileiros e todas as suas formas de expressão. Sr. Brasil surge como um paralelo deste projeto, já que a cultura do nosso país é o tema dominante.

HISTÓRIA - Marcas no tempo...

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