O
professor Dr. Werner Gitt, diretor do "Instituto Nacional de Tecnologia
Física" na Alemanha, escreveu o seguinte acerca do assunto:
Estamos
sozinhos, ou existe vida em outros lugares do Universo? Os relatórios
acerca de discos voadores e de encontros com extraterrestres, que há
décadas já produziam inúmeras especulações, e que nos últimos tempos
aumentaram em número, receberam combustível de uma ala séria: no início
de agosto de 1996, pesquisadores da NASA anunciaram ter descoberto
formas rudimentares de vida em um meteorito que supostamente procedia de
Marte. Estas ligas orgânicas também poderiam ser bolinhas de lama
petrificada, ressaltam. Uma prova de "vida", na verdade, não existia!
Mas de qualquer forma a pedra de quase dois quilos, achada na Antártida,
reaqueceu a febre marciana mundial: nos próximos anos, americanos,
europeus, japoneses e russos planejam cerca de 20 projetos e pretendem
enviar sondas até o planeta vizinho Marte, distante 78 milhões de
quilômetros.
De
modo geral, percebe-se que a crença em inteligência extraterrestre, que
já tinha características quase religiosas, alcança uma nova dimensão.
A onda dos OVNIs vai aumentando
Se
bem que após algum tempo as especulações sobre a "pedra de Marte"
mostraram não ter fundamento, o entusiasmo pela busca de vida
extraterrena prossegue. Existem diversas causas para o enorme "boom" dos
relatos de aparições de OVNIs (Objetos Voadores Não Identificados). O
professor de psiquiatria da Universidade de Harvard, John E. Mack,
chamou a atenção do mundo inteiro com sua coletânea de casos intitulada
"Raptado por Extraterrestres". Há algum tempo, o cineasta britânico Ray
Stilli trouxe a público um filme supostamente rodado em 1947 e mantido
em sigilo desde então, mostrando a autópsia de um suposto
extraterrestre. Ele teria caído com seu disco voador no Novo México em
1947, próximo à base aérea de Roswell. Na Brasil, o "Fantástico" mostrou
partes do filme. Em outubro de 1995, no Congresso Mundial de OVNIs, em
Düsseldorf (Alemanha), as imagens pouco nítidas foram uma das principais
atrações. (...) Segundo uma pesquisa de opinião efetuada pelo Instituto
Allensbach, na Alemanha 17% da população crê que existam OVNIs, 40%
contam com vida em outros planetas e 31% crêem que estes seres sejam
inteligentes.
Como os cristãos deveriam classificar os OVNIs? Que significado tem a existência de extraterrestres no espaço?
I. O que a ciência diz a respeito?
1. Nunca houve um contato com "extraterrestres"
No
ano de 1900, a Academia Francesa de Ciências anunciou um prêmio de
100.000 Francos para quem fosse o primeiro a estabelecer contato com um
mundo desconhecido. Marte foi excluído, pois naquela época havia certeza
da existência de moradores no planeta vizinho. Mas nesse meio tempo
sabe-se com certeza: nem nesse nem em outro planeta existe qualquer
sinal de "pequenos homenzinhos verdes" ou de qualquer outro ser
inteligente.
Mesmo
que até agora não exista a menor prova científica da existência de vida
extraterrena, muitos astrônomos – sob o impacto da quantidade enorme de
estrelas – acham que a vida, como ela é concebida na terra, também
teria de haver surgido em outros lugares. Os cientistas americanos do
SETI (Search for Extraterrestrial Intelligence = Busca de Inteligência
Extraterrestre) fizeram diversas tentativas para captar sinais do
espaço. Tudo foi em vão – eles também não encontraram nenhuma prova de
vida extraterrestre.
2. Vida no espaço só seria possível se...
Vida
no espaço só seria possível em um planeta cuja superfície suprisse
diversas condições. Ele deve ter a distância certa de seu sol para ser
aquecido corretamente. Até aqui os astrônomos só acharam uma indicação
de possível vida em um planeta em outro sistema solar. Ele orbita em
torno da estrela Pégaso de nossa Via Láctea, distante 45 anos-luz de
nós. Mas como ela está 20 vezes mais próxima de seu sol do que a terra, a
vida lá seria impossível devido ao calor. Ainda é possível que existam
planetas não descobertos entre os incontáveis sóis (um número formado
por 1 mais 25 zeros). Mas é, no mínimo, improvável que eles atendam as
condições que possibilitem a existência de vida. A simples existência de
água ou gelo não é evidência clara da eventual existência de outras
formas de vida, como foi publicado em muitos jornais, quando se dizia
que na lua de Júpiter, chamada "Europa", eventualmente teria sido
descoberto gelo.
3. Distâncias intransponíveis até outros planetas
Mesmo
aceitando-se que exista vida em algum lugar do espaço, uma visita de
extraterrestres à Terra, como as sugeridas pelos relatos de OVNIs, seria
impossível na prática. O principal impecilho são as distâncias
inimaginavelmente grandes e, com isso, o longo tempo de viagem que se
faz necessário. Já a estrela mais próxima da terra, chamada Proxima
Centauri, fica a uma distância de 4,3 anos-luz, ou seja,
40.680.000.000.000 quilômetros (40,7 trilhões). Os vôos do projeto Apolo
levaram três dias para irem até a Lua, que fica a 384.000 quilômetros
de distância. Com a mesma velocidade, seriam necessários 870.000 anos
para se chegar a essa estrela vizinha.
Sondas
espaciais não-tripuladas poderiam obviamente ser mais rápidas. Se
existisse alguma força de impulsão que alcançasse um décimo da
velocidade da luz, mesmo assim a viagem levaria 43 anos. Segundo os
cálculos aproximados do físico nuclear sueco C.Miliekowsky, seriam
necessárias quantidades enormes de energia para a propulsão. Elas
equivaleriam à quantidade de energia elétrica consumida atualmente pelo
mundo inteiro em um mês. Além disso, as pequenas partículas de poeira
que flutuam no espaço representam um problema para as sondas espaciais,
pois colidiriam com elas. Átomos de hidrogênio (100.000 por metro
cúbico) são os mais freqüentes. E partículas de poeira de silicatos e
gelo com 0,1 grama de peso (100.000 por quilômetro cúbico) já poderiam
destruir o aparelho. Tudo isso torna uma viagem de eventuais
extraterrestres até nós ou de nós até eles praticamente impossível.
II. A Bíblia
1. Em lugar nenhum a Bíblia fala de extraterrestres
Para
os cristãos, a Bíblia é a Palavra de Deus revelada. A Bíblia ensina que
a vida só é possível através de um ato criador. Mesmo que no espaço
existam planetas semelhantes à Terra, lá não existiria vida se o Criador
não a tivesse criado. E se Deus o tivesse feito, e essas criaturas nos
visitassem algum dia, então Deus não teria nos deixado ignorantes a
respeito. Podemos deduzir isso de Isaías 34.16: "Buscai no livro do
Senhor, e lede; nenhuma destas criaturas [de Deus] falhará, nem uma nem
outra faltará". Além disso, Deus nos informou acerca de detalhes muito
exatos do futuro (por exemplo, acerca da volta de Jesus, detalhes acerca
do fim deste mundo, como em Mateus 24 ou no livro de Apocalipse). Um
dia o Universo será enrolado como um pergaminho envelhecido (Is 34.4; Ap
6.14). Com isso, se Deus tivesse criado seres viventes em outro lugar,
Ele automaticamente destruiria a morada deles.
2. A finalidade das estrelas
Um
outro raciocínio que leva à mesma conclusão: se conhecemos a finalidade
das estrelas, temos em mãos a chave bíblica para respondermos as
questãos concernentes aos assim chamados "extraterrestres". O "para quê"
das estrelas é mencionado em diversas passagens bíblicas. O conhecido
Salmo 19 trata do assunto, mas queremos salientar aqui o relato da
criação. Gênesis 1.14-15 diz: "Disse também Deus: Haja luzeiros no
firmamento dos céus, para fazerem separação entre o dia e a noite; e
sejam eles para sinais, para estações, para dias e anos. E sejam para
luzeiros no firmamento dos céus, para alumiar a terra. E assim se fez."
As
razões de sua existência são muito claras: devem luzir na terra,
mostrar o tempo e ser portadoras de sinais. As estrelas são, portanto,
orientadas e planejadas para a terra, ou, para ser mais exato, para as
pessoas que vivem na terra. Diante desta distribuição de finalidades
quando de sua criação, diante da seqüência da criação (no primeiro dia a
terra e só no quarto dia os outros planetas) bem como do testemunho
bíblico como um todo, pode-se chegar a uma única conclusão: não se pode
contar com vida em outros planetas!
III. E os OVNIs?
Após
a constatação feita acima, como devemos nos posicionar diante dos
fenômenos de discos voadores e diante da euforia e da crença em seres
extraterrestres? Li na revista alemã "Focus": "90% das notícias de OVNIs
são consideradas disparates, mas um resto de dez por cento é suficiente
para o surgimento de muitas especulações." E o sociólogo Gerald
Eberlein chega à conclusão: "Pesquisas revelaram que pessoas que não têm
vínculos com igrejas mas afirmam ser religiosas, reagem de maneira
especialmente forte à possível vida de extraterrestres. Para elas, a
ufologia é uma espécie de religião substituta." A Bíblia expressa a
mesma constatação num ponto de vista ainda mais profundo, quando
menciona causa e conseqüência: "Ora, o aparecimento do iníquo é segundo a
eficácia de Satanás, com todo poder, e sinais e prodígios da mentira, e
com todo engano de injustiça aos que perecem, porque não acolheram o
amor da verdade para serem salvos. É por este motivo, pois, que Deus
lhes manda a operação do erro, para darem crédito à mentira" (2 Ts
2.9-11).
A Bíblia o diz
Um
pensamento complementar para elucidar o fenômeno dos discos voadores: a
Bíblia dá uma descrição de todos os seres viventes. O Deus vivo se
apresenta a nós como o Deus triúno no Pai, no Filho e no Espírito Santo.
No céu existem os anjos, que também servem às pessoas sobre a terra.
Eles trazem uma boa mensagem e dão a reconhecer quem os enviou (por ex.,
Lucas 2.6-16). Suas afirmações são precisas e verificáveis.
Uma
mensagem diferente é a do diabo e dos demônios. Efésios 2.2 chama-o de
"príncipe da potestade do ar". Seu raio de ação é sobre a terra. O diabo
tem seu próprio repertório para seduzir este mundo, sob a forma de
variadas práticas ocultas e de milhares de ritos religiosos. Será que
não poderia ser que, por trás de todos os fenômenos não identificáveis
se encontrassem as obras do enganador? Como os relatos de OVNIs mostram,
tudo é muito nebuloso e não identificável. Pessoas que não conhecem a
Cristo se deixam fascinar com facilidade por tudo quanto é fenômeno
abstrato. Aos cristãos vale o aviso: "Vede que ninguém vos engane!" (Mt
24.4). (Norbert Lieth)
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