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PROPAGAÇÃO

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

DESCOBERTO UM PLANETA FEITO DE DIAMANTE


Um planeta possivelmente feito de diamante foi descoberto por uma equipe internacional de astrônomos, segundo um estudo publicado na edição desta semana da revista Science. Esta “jóia cósmica” orbitaria um pulsar, um tipo de estrela de nêutrons, na constelação da Serpente.


O novo planeta é bem mais denso do que qualquer outro já visto, além de consistir praticamente só de carbono. Devido a isso os cientistas calculam que o carbono deve ser cristalino, ou seja, uma grande parte dele deve realmente ser de diamante! Segundo Matthew Bailes, da Universidade de Tecnologia Swinburne, em Melbourne:

 “A história evolutiva e a incrível densidade desse planeta sugerem que ele é composto de carbono, ou seja, um enorme diamante orbitando uma estrela de nêutrons a cada duas horas, numa órbita tão compacta que caberia dentro do nosso Sol.”


Mas que as mulheres não se animem e nem os homens se desesperem: a estrela que este planeta orbita fica a 4.000 anos-luz daqui. Então não é tão fácil ir buscar um pedaço dele (ah não ser que alguém crie alguma tecnologia que permita os buracos de minhoca, claro). O planeta é provavelmente remanescente de uma estrela que pode ter sido gigantesca, mas que perdeu suas camadas externas para o pulsar que orbita. Um pulsar é estrela com muita massa, mas também muito pequenas (cerca de 20 quilômetros de diâmetro), portanto são extremamente densas. São restos “mortos” de estrelas que entraram em colapso, num fenômeno conhecido como supernova. Os pulsares podem apresentar campos gravitacionais até 1 bilhão de vezes maior que o campo gravitacional terrestre, além de girar centenas de vezes por segundo e emitir feixes de radiação. O pulsar do caso foi batizado como PSR J1719-1438 e ele gira 10 mil vezes em torno do seu próprio eixo por minuto. A chance de pulsares como esse terem uma companheira é de 70%. O estudo sugere que o planeta tem o ano (uma órbita em torno de sua estrela) de apenas 130 minutos, uma massa pouco superior à de Júpiter, mas é 20 vezes mais denso. A distância entre a estrela e o planeta também é pequena: 600 mil quilômetros, valor menor que o raio de nosso Sol. Além do carbono, o novo planeta também deve conter oxigênio (ou seja, talvez tenha uma atmosfera). Devido à sua grande densidade, é possível também que o elemento mais leves, como o hidrogênio e hélio, que compõem a maior parte de gigantes gasosos (como Júpiter, por exemplo) não estejam presentes.

 No centro, em azul, está o pulsar; o ponto amarelo à direita, dentro da órbita, é o planeta que os cientistas acreditam ser feito de diamante. (Crédito: Science)

Contudo, este não é o primeiro astro descoberto que é composto de diamantes. Em 2004 foi anunciada a descoberta da estrela Lucy, nome dado em homenagem à música “Lucy in the Sky with Diamonds”, dos Beatles. Esta fica bem mais próxima: a cerca de 50 anos-luz de distância da Terra, na constelação de Centaurus. Batizada de BPM 37093, Lucy é um anã branca cristalizada. Uma anã branca é o núcleo de uma estrela morta, a sobra depois que o combustível nuclear dela é utilizado e de suas camadas externas terem sido ejetadas.

 Imagem da estrela BPM 37093, "Lucy", apresentando seu núcleo de carbono cristalizado.

E aí? Alguém afim de começar a trabalhar numa máquina 
de criar buracos de minhoca? :D 

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Sobre Mário César


Sou um apaixonado por ciências em geral e até mesmo por ufologia (mas com uma visão científica/cética). Sou formando em Ciência da Computação e pretendo fazer mestrado assim que possível. Depois, gostaria de me formar em astronomia ou astrobiologia também.

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