Uma
equipe internacional de astrônomos conseguiu fazer observações da
atmosfera de estrelas na fase final de suas vidas.A extrema resolução
alcançada nestas observações permitiu a observação de ventos de gás e
poeira saindo de estrelas anãs vermelhas gigantes. Quando chegam ao final de suas vidas, estrelas semelhantes ao Sol
passam a emitir o que os astrônomos chamam de "supervento", uma
verdadeira tempestade, 100 milhões de vezes mais forte do que o vento
solar que atinge a Terra constantemente.Esse supervento pode durar até
10.000 anos, removendo metade da massa da estrela. O Sol vai começar a
emitir superventos dentro de 5 bilhões de anos.
Tempestade de areia espacial
Mas o mecanismo que cria esse supervento era um mistério. Os astrônomos agora descobriram que a estrela gera grãos de poeira
bastante grandes em relação ao que se considera nesses casos -
partículas de até 1 micrômetro, o que é enorme em se tratando de vento
solar. Grãos de pó desse tamanho funcionam como espelhos, refletindo a luz
da estrela, em vez de absorvê-la. O grupo liderado pelo Dr. Barnaby
Norris, da Universidade de Sidnei, na Austrália, defende que a luz da
estrela exerce uma força suficiente para empurrar esses grãos de poeira
para o espaço, criando o supervento. Provavelmente outros elementos estão envolvidos nesse processo, uma
vez que os grãos de poeira saem da estrela a uma velocidade de 10 km/s -
36.000 km/h -, o que equivale à velocidade de um foguete. Segundo a
equipe, o fenômeno seria literalmente uma tempestade de areia no espaço.
Bibliografia: A close halo of large transparent grains around extreme red giant stars. Barnaby R. M. Norris, Peter G. Tuthill, Michael J. Ireland,
Sylvestre Lacour, Albert A. Zijlstra, Foteini Lykou, Thomas M. Evans,
Paul Stewart, Timothy R. Bedding - Nature - Vol.: 484, 220-222 - DOI:
10.1038/nature10935
Fonte: inovacaotecnologica.com.br
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