É
a Terra o único planeta do seu tipo, no universo? Ou existe algum outro
lugar como este? Há vida além da Terra? A busca por vida alienígena é
um dos maiores desafios tecnológicos que a humanidade tenta superar. Os
cientistas continuamente buscam novos caminhos para encontrar tais
respostas. Liderando as buscas estão sofisticadíssimos telescópios que
fazem o sensoriamento do cosmos. Contamos, também, com uma armada de
sondas robóticas que exploram os limites do Sistema Solar.
Quantas ‘Terras’ podem existir |
Todos
trabalham para revelarem os segredos de planetas, satélites, asteroides e
cometas, como nunca ocorreu antes. A ciência trabalha para expandir os
limites dos nossos sentidos e os limites de nossa capacidade física de
chegar a estes lugares. Hoje podemos ir a lugares e ver coisas que de
nenhuma outra forma poderíamos conseguir. As pesquisas nos mostram
aspectos de mundos estranhos e que conseguem fugir aos conceitos de
quaisquer expectativas.
A Sonda Cassini descobriu lagos de metano em Titã |
No
Sistema Solar, podemos encontrar locais com lagos, tempestades e
chuvas. Lugares violentos que são alimentados por forças poderosas,
ocultas profundamente em seus subsolos. Existem planetas a centenas de
milhões de quilômetros do Sol que podem esconder oceanos inteiros, em estado líquido. O
ritmo das descobertas, somente nos últimos dois anos, é capaz de tirar a
mente da realidade e nos lançar numa miríade de teorias imaginativas
que, algumas vezes, podem não ser tão fantasiosas, afinal. E que acabam
por ajudar a abrir perspectivas para a solução de alguns dos mais
profundos mistérios.
Extremófilos de Rio Tinto (Espanha), águas ácidas |
Extremófilos,
formas de vida que surgem nos locais mais inesperados, como crateras
vulcânicas, regiões de frio extremo, profundidades de doze mil metros no
oceano, ou lagos ácidos e desertos tórridos, estão entre algumas destas
descobertas desconcertantes. A cada dia biólogos e exploradores surgem
com novas espécies, que sobrevivem e prosperam nas condições mais
improváveis, lugares em que a ciência, sem exitar, apostaria todas as
suas fichas na impossibilidade de existência de vida, até alguns anos
atrás.
Um dos métodos de detecção de planetas extrassolares |
As
perguntas agora não são mais, se devemos procurar planetas semelhantes à
Terra, ou quais as condições ambientais mais prováveis para a
existência de vida. Mas, quais as condições que, de fato, impossibilitam
a vida? E esta, caros exploradores, é, sem dúvida, uma das mais
difíceis de responder à luz das atuais descobertas científicas. Em
1988 a humanidade conseguiu atingir um novo marco na ciência: a
descoberta confirmada do primeiro planeta extrassolar. Ou seja, o
primeiro planeta, que orbita uma estrela que não é o Sol. Mais
precisamente Gamma Cephei, uma constelação binária, a quarenta e cinco
anos luz de distância de nós, pertencente à constelação Cepheus. Até 23
de março de 2012, foram confirmadas setecentos e sessenta e três
descobertas de planetas, em setecentos e doze sistemas estelares
diferentes. Nem mencionamos aqui o número de candidatos a serem
confirmados em futuro próximo. Há pouco menos de um ano, a NASA
confirmou uma descoberta do telescópio espacial Kepler, do primeiro
planeta em zona habitável (zona em que poderia haver água em estado
líquido). Isto não significa que poderia vir a ser usado como um segundo
lar, por nós.
Alcance do telescópio espacial Kepler |
A
quantidade de descobertas é enorme, e ainda estamos explorando apenas a
nossa vizinhança, num raio pouco maior que sessenta anos luz. Isto é só
uma migalha para o tamanho de nossa galáxia (cento e vinte mil anos luz
de diâmetro). Todos os dias, catálogos e publicações de astronomia
tornam-se obsoletos. Não é mais possível impressão de nada que precise
estar atualizado. Apenas os bancos de dados possuem a verdadeira
situação do conhecimento astronômico, e precisaremos de décadas para
estudar tudo o que foi obtido nos últimos vinte anos. A
solução para o mistério da vida fora de nosso mundo não deverá,
portanto, demorar muito agora. A questão é se vamos conseguir notar os
seus sutis sinais, dentro do enorme volume de conhecimento que estamos
recebendo cotidianamente através dos “nossos sentidos ampliados”.
Até
agora tudo o que temos são planetas enormes, gigantes gasosos, muito
perto ou muito longe de estrelas gigantes e extremamente quentes. A vida
em tais lugares teria que ser microscópica. Talvez, vida desta forma,
venhamos a descobrir aqui mesmo em nossos vizinhos, quem sabe em Titã
(leia o excelente artigo do Fabok – Titã, a grande lua do Sistema Solar)?
Mas com certeza essa será uma descoberta que redesenhará o universo
como o conhecemos. Da filosofia à religião, da ciência ao misticismo,
nada mais será o mesmo. Quem viver verá.
Fonte: relatoriodasituacao.com.br
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