Clássico dos Clássicos!
Esse é da época que os filmes tinham “Overture”, que é uma abertura estática que ficava passando a trilha sonora épica enquanto as pessoas iam entrando e ocupando os seus lugares na sala de cinema! Imagina que era uma ocasião semelhante a ir a uma ópera! O filme, com suas quase quatro horas de duração tinha um momento de intervalo (Intermission) para que as pessoas pudesse sair da sala de cinema, comer algo e então retornar para o grande final.
Estou falando do grande e todo poderoso “Ben-Hur“! Filme de 1959 que para mim representa o ápice de um clássico. Ah ok, eu sou super fã de “Cidadão Kane”, “O Vento Levou”, “A Noviça Rebelde”, “Casablanca”, todos os filmes de Alfred Hitchcock mas se alguém pede indicação de um clássico o primeiro que me vem a mente é sempre “Ben-Hur“ A trama é relativamente simples. Em Jerusalém, no início do século I, vive Judah Ben-Hur, um rico mercador judeu. Mas, com o retorno de Messala, um amigo da juventude que agora é o chefe das legiões romanas na cidade, um desentendimento devido a visões políticas divergentes faz com que Messala condene Ben-Hur a viver como escravo em uma galera romana, mesmo sabendo da inocência do ex-amigo. Mas Ben-Hur terá uma oportunidade de , e que vingança!!! Uma das cenas mais grandiosas que o Cinema já foi capaz de mostrar, uma corrida de Bigas que levou meses para ser filmada e que teve participação de mais de oito mil figurantes. Lembre-se que esse filme é muito anterior a época dos efeitos digitais, mas sua grandiosidade resiste aos dias de hoje!
Levando-se em consideração ao tema de sofrimento e posterior vingança, que por si só atrairia uma multidão, o filme ainda tem uma história paralela sobre fé que proporciona um final emocionante e digno do épico que ele é.
A grande sacada do filme é que apesar de ter uma trama que muito lembra a do filme Gladiador (lembre-se que Gladiador foi feito 40 anos depois) ele se passa nos dias em que Jesus passou na terra e o filme constroi varios momentos em que os personagens se encontram em pequenas passagens. Genial a decisão do diretor de nunca realmente “mostrar” Jesus no filme… Ele está lá, sabemos, mas nunca o filme se declara um drama religioso ou filme biblico… A mensagem é passada de forma tão subconsciente no filme que depois de tudo entendemos o porque de tanto sofrimento no decorrer da vida de Ben-Hur e da até para entender as motivações de seu inimigo! Se olharmos por um prisma Cristão seria uma analogia a grande lição que o personagem tem que passar e que foi dignamente retratada pelo ótimo Charlton Heston (de Planeta dos Macacos, os Dez Mandamentos e tantos outros filmes de Sucesso da época). Tudo isso embalado em uma trilha sonora criada por Miklós Rózsa que emociona desde a primeira nota até o grande final!
Um Drama com cenas grandiosas de Ação e uma conclusão emocionante que demonstra que a fé realmente tem o poder de mudar o mais incompreensível dos homens e que resistiu ao tempo, se tornou clássico e até hoje impressiona e emociona. Você nunca viu? O que acha de procurá-lo na Locadora e curtir um clássico no conforto do seu lar? Lembrando que ele foi recentemente lançado em uma luxuosa versão em Blu-ray totalmente restaurado e remasterizado em Alta Definição!
Estados Unidos
1959 • cor • 212 min
Drama – Épico
Produção e Direção: William Wyler
Roteiro: Karl Tunberg
Elenco original:
Charlton Heston, Jack Hawkins, Haya Harareet, Stephen Boyd, Hugh Griffith.
Curiosidades do filme:
- Ben-Hur é um dos recordistas de Oscars recebidos, com onze estatuetas, estando empatado com Titanic, de 1997 e O senhor dos anéis: o retorno do rei, de 2003.
- Esta foi a terceira adaptação para as telas de cinema da história de “Ben-Hur”; as anteriores ocorreram em 1907 e em 1925, ambas mudas e com Ben-Hur no nome. Em Ben-Hur: A Tale of the Christ (1925), o protagonista foi Ramon Novarro.
- O ator Burt Lancaster recusou o papel de Judah Ben-Hur porque era ateu e não queria ajudar a promover a Cristandade. Além de Lancaster, os atores Marlon Brando e Rock Hudson também recusaram.
- A produção de Ben-Hur foi uma bem-sucedida tentativa da Metro-Goldwyn-Mayer de sair da ameaça de falência.
- A MGM queria que um autêntico barco romano fosse utilizado nas cenas de batalha. Para tanto, contratou um engenheiro que se dedicava à arquitetura romana. Quando ele apresentou o design do barco aos engenheiros da MGM, estes disseram que o barco afundaria, pois era muito pesado. Ainda assim o barco foi construído e, ao ser colocado no oceano, inicialmente flutuou. Porém uma pequena onda foi suficiente para afundar a embarcação. Por causa disso, as cenas foram rodadas em um gigantesco tanque, com cabos prendendo o barco ao tanque.
- Após a construção do tanque, era preciso dar à água (que estava marrom-escura) o tom azul-mediterrâneo necessário para que as cenas parecessem reais. Foi utilizado um composto químico que realmente azulou a água, mas também formou sobre ela uma crosta, que precisou ser toda retirada do tanque por operários da MGM.
- Durante as filmagens no tanque, um dos figurantes caiu na água e lá ficou por muito tempo. Ao sair, ele estava totalmente azul, e teve seu salário pago pela MGM até sua pele voltar ao normal.
- Só a construção da arena para a corrida de quadrigas (na Cinecittà, em Roma) custou um milhão de dólares. Nessa sequência – dirigida em 94 dias por Andrew Marton, Mario Soldati e Yakima Canutt, especialista em cenas de perigo –, utilizaram-se cinco câmeras, oito mil figurantes e 76 cavalos.
- Para a entrada dos corredores, o diretor de fotografia Robert Surtees usou uma grua de mais de trinta metros de altura: o espectador vê as quadrigas desfilando na pista como se sobrevoasse a arena. O efeito é realçado pela utilização do processo cinematográfico Camera 65, um aperfeiçoamento do CinemaScope.
- Apesar de na Itália haver cavalos brancos, os quatro que foram utilizados nas filmagens vieram da Tchecoslováquia, trazidos na primeira classe de um avião fretado e que teve seus assentos retirados.
- O estádio confeccionado para Ben-Hur seguiu detalhes do que fora utilizado na versão de 1926.
- Após as filmagens, os cenários de Ben-Hur foram todos destruídos por ordem de Sam Zimbalist, que temia que eles fossem utilizados em produções italianas menores.
- Miklós Rózsa compôs a trilha sonora de Ben-Hur, em oito semanas.