O
que importa na vida são os meios. Ou seja, é todo o processo de viver
as fases da vida e seus momentos mais simples, pois são eles que nos
enchem de esperança e sonhos. E o que seria de nós sem sonhos? E como a
vida seria muito mais dura se tivéssemos somente a consciência racional e
seca, como um processo natural e triste: nascer, viver e morrer. Não…
não é só isso. É necessária muita sensibilidade para captar o que faz
parte de cada percurso da vida, de cada momento. Quando digo sonhar não
quero dizer ser ingênuo ou idiota, mas simplesmente não perder o
entusiasmo por aquilo que nos faz melhor, ou seja, não deixar de desejar
as nossas próprias esperanças… porque quando estamos nos sentindo
velhos e solitários (mais ainda do que o habitual) paramos para ver
fotografias de tudo que já se passou. Mas não são fotografias de papel…
São as fotografias do nosso coração, aquelas que a nossa mente fez
questão de congelar: imagens que ficam latejando em nossa vida toda:
“esse momento eu não vou esquecer nunca”, “esse momento é muito
importante”, “esse momento é tão comum mas tão bonito”, “esse momento é
tão bobo, mas tão gostoso”, “esse momento foi triste, doloso, difícil,
mas imprescindível ”, e por aí vão as fotografias que ficam dentro de
nós e que jamais se desgastam com o tempo porque foram registradas com a
ALMA e nela mesma (na alma) nenhuma imagem perece com o tempo, pelo
contrário, elas são preservadas. A cada vez que paramos para olhar essas
fotografias, a alma trabalha em cima delas, dia após dia de nossas
vidas, dando ao dia real do acontecimento um novo significado que nem
havíamos percebido ou quão lindo ou importante era para nós, porque
aconteceram em momentos de distração. Assim é o álbum de imagens da alma
que nunca deixa perecer o que é mais importante. Essas imagens de
nossas vidas são fotografias memoráveis, porque são imagens congeladas
na alma. Passe o tempo que passar a alma mantém um calor intenso
remetendo aos nossos corações uma dor fina de saudade, de perda, de um
tempo que passou e que não volta, mas também de uma tranqüilidade imensa
de saber que vivemos momentos tão simples, mas tão gostosos, porque
tivemos a chance de nos sentir inseridos no mundo como um ser que
“viveu” um dia após outro, e ainda assim não só passou pela vida, e
quando digo viver não quero dizer falta de limite, insensatez, fazer
tudo sem pensar, fazer tudo que quiser de forma alienada, digo que viver
é simplesmente ir seguindo o processo da vida com seus próprios passos,
porque dar passos exige pensamento, reflexão e sensibilidade e não só
as pernas, de forma mecânica ou instintiva, pois viver é caminhar
fazendo o caminho e não seguindo qualquer caminho. Quando nada mais
restar, sobrarão ainda as fotografias que estão em nossa alma que
aparecerão diante de nós quando não mais desejarmos vê-las, sejam elas
tristes, sejam alegres, mostrem elas os nossos sucessos ou os nossos
fracassos, erros ou acertos, não importa, elas se materializaram na
nossa mente como um filme que se repete constantemente… Mas de forma
necessária à nossa sobrevivência… Guimarães Rosa estava certo quando
disse: “FELICIDADE MESMO, SER FELIZ COMO ESTADO PERMANENTE, NÃO EXISTE.
ACONTECE EM RAROS MOMENTOS DE DISTRAÇÃO”.
São esses momentos de distração que são concebidas nossas queridas fotografias guardadas na alma... por toda uma vida… para o resto da vida...
73_d(ºjº)b_51
São esses momentos de distração que são concebidas nossas queridas fotografias guardadas na alma... por toda uma vida… para o resto da vida...
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